Morte Natural e Morte Cultural
Morte natural e morte cultural consistem nas duas modalidades de comportamento social frente a finitude do homem. A primeira tem uma natureza imediata, pois se reduz ao reconhecimento de que o ser feneceu biologicamente. Foi contra essa morte, que não distingue o ser homem do ser animal, que Antígona lutou, no sentido de propiciar ao irmão Polinices um sepultamento digno e, conseqüentemente a aquisição da dimensão espiritual (1). A morte cultural é o movimento através do qual os sobreviventes confirmam socialmente a morte biológica, inauguram o status ontológico espiritual do morto, portanto, o que se considera morte aqui é a “consciência” que se tem dela (2). Ela representa um processo de hominização que supera a simples condição fisiológica da morte e a lança na esfera da cultura:
“A cultura é, pois, assim, a contextura social como a dimensão histórica do ser humano. Ela assinala o momento em que os processos naturais de hominização são relançados pelos processos intencionais e conscientes de humanização. Talvez a possamos definir, então, como o processo social e histórico constituído pelas relações do homem com outro homem, processo que cria um mundo humano, e através do qual o homem se realiza como homem neste mundo humano...”
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