quinta-feira, julho 16, 2009

Teste do Pezinho: para todos os bebês!

O QUE É O TESTE DO PEZINHO
O teste do pezinho consiste na coleta de algumas gotas de sangue, geralmente tiradas do calcanhar do bebê, para a realização de exames, que podem diagnosticar algumas doenças congênitas. O agente de saúde fura o pezinho do bebê e encosta o papel especial ( um tipo de filtro) no local da picada, deixando o sangue saturar todos os círculos do cartão, de ambos os lados. Esse exame ficou popularmente conhecido como "Teste do Pezinho" por ser realizado com o sangue retirado do pé do bebê.

TODAS AS CRIANÇAS DEVEM FAZER O TESTE
A maioria dos bebês que têm estas doenças, nascem aparentemente normais, e nada apresentam ao exame médico na maternidade. Mesmo médicos experientes podem não observar anormalidades nos primeiros meses, por isto, para saber qual criança tem a doença, todos os bebês devem fazer o teste entre o sétimo e o 15º dia após o nascimento. O tratamento iniciado precocemente, normalmente antes dos dois meses de vida, após o diagnóstico, pode evitar a deficiência mental. A deficiência já instalada não pode ser recuperada. A prevenção dessas doenças exige que todos os recém-nascidos sejam testados, mesmo que não apresentem nenhum sintoma clínico anormal.

O TESTE DO PEZINHO É OBRIGATÓRIO
Todos os Hospitais e Unidades de Saúde têm , por lei, a obrigação de realizar a coleta do sangue do pezinho do bebê, e fazer o encaminhamento para os laboratórios. Acontece que como no Brasil a alta após o nascimento se dá com 24 ou 48 horas, quando não há complicações, e o bebê ainda não mamou o suficiente para acusar a fenilcetonúria no exame, deve-se aguardar até a amamentação estar bem instalada.

AS DOENÇAS QUE O TESTE DO PEZINHO DETECTA
Existem três formas do teste do pezinho o básico (fenilcetonúria e hipotireidosmo), o plus (Fenilcetonúria e outras Aminoacidopatias, hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita e fibrose cística) e o ampliado (Fenilcetonúria e outras Aminoacidopatias, hipotireoidismo congênito, hiperplasia adrenal congênita, fibrose cística, galactosemia, deficiência de biotinidase, toxoplasmose congênita) e pode-se fazer, como exame complementar o de anemia falsiforme, G6PD, AIDS e deficiência da MCAD Os Exames Complementares poderão ser agregados aos testes Plus, Ampliado e Básico, ou mesmo solicitados individualmente ou em conjunto.

A Fenilcetonúria - é uma doença genética, resultado de um erro inato do metabolismo, onde o problema está na ausência ou deficiência de uma enzima do fígado que metaboliza os alimentos ricos em proteínas (carne, leite, ovos, feijão), transformando o aminoácido fenilalanina (FA) em tirosina. Quando há um acúmulo de FA no organismo, que se deposita em alguns órgãos, inclusive o cérebro, e com conseqüente excreção aumentada de fenilcetonas na urina, dando-lhe um odor característico. Essas alterações, quando não são tratadas, levam ao retardo mental, com o tratamento (dieta com baixos teores de FA), a criança tem possibilidades de desenvolver-se normalmente.

Hipotireoidismo - O hipotireoidismo é a produção insuficiente do hormônio T4 (tetraiodotironina) pela glândula tiróide. Esse hormônio é um dos responsáveis pelo desenvolvimento do cérebro, o crescimento dos demais órgãos do corpo humano. Sua falta prejudica o crescimento da criança e pode resultar em deficiência mental. Uma reposição hormonal acompanhada por um endocrinologista, a partir do primeiro mês de vida, fazendo a reposição do T4 com medicamentos os bebês acometidos pelo hipotireoidismo se desenvolvem normalmente. Esse é um dos defeitos metabólicos mais comuns, ocorrendo em cerca de 1 para 4000 nascimentos. Na gestação, a mãe produz os hormônios que estão faltando, mas após o nascimento, a falta deles provoca graves alterações do desenvolvimento físico e mental, irreversíveis, se não tratadas precocemente.

Anemia falsiforme - É uma forma de anemia hereditária na qual os portadores apresentam uma Hemoglobina anormal (HbS), que leva as hemácias a assumirem a forma de "foice", quando em baixa presença de oxigênio, o que geralmente é precipitado por infecções, desidratações, frio e algumas drogas. Normalmente as hemácias têm a forma discóide, o que facilita a circulação nos vasos sangüíneos. Com a forma de foice, há a retirada rápida dos glóbulos vermelhos da circulação sangüínea, levando a quadros de anemia aguda. O acúmulo das hemácias falcizadas nos vasos dificulta a circulação sangüínea, provocando crises de dor. Apesar de não ter tratamento curativo, essa anemia necessita acompanhamento e orientações adequadas para que o portador da mesma tenha uma melhor qualidade de vida.

Diagnóstico de Aminoacidopatias - No teste do pezinho pode-se investigar a existência de outras deficiências na produção de enzimas além da fenilcetonúria, tais como: · Citrulinemia · Hiperglicemias · Doença do Xarope do Bordo · Hiperinsulinemia · Hipermetioninemia · Histinemia · Hiperornitinemia · Hidroxiprolinemia · Hiperprolinemia · Hiperargininemia · Hipervalinemia · Hiperfenilalaninemias · Homocistinúria · Tirosinemias


Diagnóstico da Hiperplasia Adrenal Congênita (HCA )

HIDROXI-PROGESTERONA NEONATAL - A deficiência da 21-Hidroxilase corresponde a 90% das HCA. A ocorrência é de um caso para cada cinco mil nascimentos, na sua forma severa ou clássicas, sendo que, a maior incidência ocorre no Brasil. O diagnóstico precoce é extremamente importante para evitar a masculinização dos órgãos genitais da menina e a desidratação severa.

Diagnóstico da Galactosemia
GALACTOSE-1-FOSFATO-URIDIL-TRANSFERASE - A maioria dos casos de galactosemia é devido à ausência da enzima galactose- 1-fosfato-uridil-transferase, com uma estimativa mundial de freqüência variando entre 1:16000 a 1:100000.. A galactose é ingerida sob a forma de lactose, principal carboidrato componente do leite. Quando não é diagnosticada e tratada precocemente, causa lesões no fígado, catarata, convulsões e diarréia, retardo mental e às vezes morte

Diagnóstico da Fibrose Cística (FC ) ou Mucoviscidose
TRIPSINA NEONATAL - É a mais freqüente das doenças genéticas detectadas pelo teste do pezinho. A incidência é de 1para cada 2000 a 2500 nascimentos, na Europa e EUA. A FC se manifesta com aumento de cloretos no suor, deficiência pancreática e doença obstrutiva crônica do pulmão , gerando problemas respiratórios e gastrointestinais crônicos. Embora incurável, o diagnóstico e o tratamento precoce melhoram incrivelmente a qualidade de vida e a sobrevida. As secreções do pulmão ficam muito mais espessas, diminuem ou obstruem a passagem do ar e retém bactérias permitindo quadros infecciosos. Um teste positivo não é certeza da doença, apenas dá ao médico indicação de que há grande possibilidade de Fibrose Cística.

Nada impede que no mesmo exame já seja feito o teste HIV (vírus da AIDS), entre outras doenças.



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